segunda-feira, 14 de julho de 2008

Convento de São Francisco da Cidade (Lisboa)

Tipologia: convento

Localização: Largo da Academia Nacional de Belas – Artes; Mártires ; Lisboa

Período: Idade Média

Descrição:
O Convento de S. Francisco da Cidade foi fundado em 1217 pelo Frei Zacarias que obteve licença do Rei D. Afonso II, para construir o quarto convento franciscano da cidade de Lisboa ( os seus antecessores foram o de São Vicente de Fora, Santos, e Chelas).
O local escolhido para a sua implantação foi o Monte Fragoso , local então ermo e despovoado, cuja escarpa (conhecida como «Barrocal») era banhada pelo rio Tejo na antiga praia de Cataquefarás (actual Largo do Corpo Santo). Construído sobre um rochedo, o edifício original tinha a sua porta principal virada a sul, acedendo-se a ela, como ainda hoje, pela Calçada de São Francisco, a qual foi criada com sucessivos aterros.
O convento de S. Francisco foi ampliado logo em 1246 e integrado na cidade após a construção, em meados do século XIV da «Muralha Fernandina», a sua área era tão grande que o povo lhe chamava «a Cidade de São Francisco».
O convento conheceu o seu período de maior fausto durante os séculos XV e XVI, tendo sido reedificado em 1528. Além de convento e templo, serviu também como albergue e hospital, e foi na sua Livraria que se reuniram as Cortes do país em 1579, 1619, 1642, 1668 e 1679.
Em 1708 e 1741 foi alvo de dois terríveis incêndios. Por fim, quando acabava de ser reconstruído mais uma vez, foi arrasado pelo Terramoto de 1755 e o incêndio que a este se seguiu: «suas riquezas, sua igreja de três naves, sua preciosa livraria, obras de arte e raridades, desapareceu».
Começou depois a lenta construção de uma nova igreja, mas não estava ainda concluída quando foram extintas as Ordens religiosas, em 1834. As dependências do convento e as suas extensas galerias passaram então a servir como depósito geral do espólio livreiro vindo dos demais conventos do país, ali ficando instalada a Biblioteca Nacional de Portugal a partir de 1836, até ser transferida para as actuais instalações no Campo Grande em 1965.
No mesmo ano de 1836 começou a funcionar no primeiro piso do edifício a Academia de Belas-Artes, e, em 1862, também a Galeria Nacional de Pintura, que, a partir de 1911, daria origem ao Museu Nacional de Arte Contemporânea.
Em 1839 demoliu-se o edifício que fora implantado no lugar da antiga igreja. As colunas jónicas que ostentava no exterior foram integradas nas fachadas da Escola Politécnica e do Teatro Nacional D. Maria II. Mais tarde, ali seria instalada a Escola Superior de Belas Artes, que a partir de 1965 ocupou as áreas tornadas devolutas após a transferência da Biblioteca Nacional.
Hoje em dia este edifício está dividido sendo partilhado pelo Governo Civil de Lisboa, pela Polícia de Segurança Pública, pelo Museu Nacional de Arte Contemporânea, e pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, onde se encontra sedeada até ao presente momento.
Intervenções Arqueológicas / Trabalhos:
Foram efectuadas 3 intervenções a primeira em 1988 pelos arqueólogos Fernando Severino Lourenço e Filomena Rodrigues; em 1990 pelo arqueólogo Clementino José Gonçalves Amaro e por fim em 1993 pela arqueóloga Maria Moreira Baptista de Magalhães Ramalho sendo que surgiu o aparecimento de várias ossadas humanas, na zona do jardim, em local que não tinha sido alvo de anteriores pesquisas arqueológicas. Do trabalho efectuado, há a destacar a importância, dos elementos em pedra recolhidos e inventariados, bem como o registo integral da cisterna, na zona do pátio, e a qualidade dos materiais que preenchiam o seu interior, provavelmente uma das melhores colecções existentes no país, de cerâmica do século XVII.

Bibliografia:
- CALADO, Margarida; B´A - O Convento de São Francisco da Cidade; Volume 1; 2000
- DUARTE, António; Esculturas de pedra existentes em espaço do antigo Convento de S. Francisco da cidade: hipóteses de integração; 1984
http://www.gov-civil-lisboa.pt/
http://www.ipa.min-cultura.pt/
www.wikipédia.pt/

Horário: 08h -23h (Faculdade de Belas Artes)

Morada:
Largo da Academia Nacional de Belas-Artes, 1249-058 Lisboa ( Faculdade de Belas Artes)

Transportes: Eléctrico: E28 Autocarros 58, 92, 100 Metro: Baixa Chiado ( linha azul)

Contactos: ( Faculdade de Belas Artes)
Tel.: +351 213 252 100
Fax.: +351 213 470 689
Email: info@fba.ul.pt

Sem comentários:

Verdes Anos